“Não é para nos desculparmos, não. O vento foi absurdo”, afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo .
Na ocasião, ele ainda disse que o corte de funcionários nos últimos anos não teve impacto no tempo de resposta à emergência, já que as equipes de campo foram preservadas.
Cotugno afirmou que o serviço de meteorologia da empresa alertou para chuvas durante a tarde na sexta, mas, segundo ele, “veio um evento extraordinário”. “O vento foi absurdo. As medições dão valores diferentes pela cidade, mas foram perto de 104 km/h (quilômetros por hora). Na escala Saffir-Simpson, ventos de 120 km/h são furacões”, disse.
“A gente ficou de uma a duas horas fazendo um passo a passo para entender o que tinha acontecido em toda a cidade. Contatamos prefeitura, bombeiros, as equipes em campo, e ficou claro que a situação era dramática. Não só no que se refere a rede. Os bombeiros receberam inúmeras demandas”, acrescentou, dizendo que a “resposta foi imediata”.
A queda de árvores foi outro empecilho para a retomada do serviço, disse ele.
“Normalmente, num evento crítico, caem de 20 a 30 árvores. Nos piores, 50. Nesse, foram cerca de 1.400 árvores. As linhas de alta tensão, que chamamos de autopistas da rede, que fazem a distribuição da potência pela cidade, estavam funcionando, mas as falhas ficaram distribuídas por diferentes pontos da cidade, algo de difícil recuperação.”
Além das linhas, o executivo afirmou que a ventania afetou os postes, que tiveram que ser retirados e instalados, e quilômetros de rede precisaram ser reconstituídos.
Moradores que tentaram contato com a empresa por meio do call center também criticaram a falta de retorno em meio à emergência. De acordo com Cotugno, o serviço “congestionou” nas primeiras horas. “Ontem e hoje, tudo começou a funcionar melhor. Usamos muito o aplicativo da Enel. Às vezes, o cliente não conseguia se comunicar, mas a gente, por aplicativo, recebia e registrava as reclamações”, disse.
“A gente foi honesto e transparente quando, no sábado [4], na hora do almoço, admitimos que estávamos com problema, mas que iríamos recuperar [até terça-feira]. A previsão foi humilde, consciente e responsável. O pior é dar uma previsão e não atender aquela previsão.”
Ao ser questionado sobre os planos de enterrar os fios de São Paulo, o presidente da Enel disse que esse “tem que ser um projeto de país, com custos compartilhados”.
“Temos que avaliar a abrangência, velocidade, entender quais as áreas mais frágeis. Não é enterrar em qualquer rua. Se começarmos agora, em quatro ou cinco anos já veremos resultados efetivos”, afirmou.
Cerca de 1,4 milhão de moradias chegaram a ficar sem energia na capital paulista em decorrência das chuvas e rajadas de vento que atingiram a cidade na última semana. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em todo o estado de São Paulo, o número de pessoas que ficaram sem luz foi de 3,7 milhões durante o fim de semana.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a Berlim, Alemanha, neste domingo (3), após sua participação na COP 28 em Dubai. A visita tem como objetivo estabelecer novos passos na relação entre Brasil e Alemanha, retomando o diálogo que, segundo o petista, havia sido abandonado em governos anteriores.
“Retomando o diálogo com os alemães que tinha sido abandonado em governos anteriores, uma das maiores e mais avançadas economias do mundo”, destacou o presidente brasileiro.
Durante sua estadia na Alemanha, Lula terá uma série de agendas até terça-feira (5), visando definir parcerias e cooperações em áreas estratégicas, como energia, indústria, combate às fake news e transição ecológica. O petista ressaltou a importância de reforçar a parceria estratégica entre o Brasil e a Alemanha.
Em termos comerciais, o intercâmbio entre Brasil e Alemanha movimentou US$ 19 bilhões em 2022, consolidando os alemães como o quarto maior parceiro comercial do Brasil globalmente e o primeiro na Europa.
Na agenda para segunda-feira (4), Lula participará de uma reunião entre ministros da Alemanha e do Brasil, com a expectativa de assinatura de acordos em áreas cruciais como meio ambiente, agricultura e ciência.
Além disso, o presidente terá um encontro com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e participará de um fórum empresarial com representantes dos dois países.
Lula iniciou sua estadia em Berlim com um jantar ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, onde expressou seu interesse em atrair investimentos alemães para o Brasil.
“Faz muito tempo que a Alemanha não investe na América do Sul. […] Precisa se voltar para o Brasil. Sobretudo neste momento que o Brasil está trabalhando a questão da energia limpa, de renovação, transição energética, Amazônia, biodiversidade. Brasil é a bola da vez. É só investir”, declarou.