O número de alunos de uma creche particular de Vila Velha que apresentaram quadro de diarreia aumentou, agora são 10 crianças. A informação é da prefeitura, que informou ainda que quatro funcionários da mesma escola também passaram mal, mas de forma mais leve.
Atualmente, quatro crianças estão internadas em hospitais da Serra, Vila Velha e Vitória, sendo duas em estado grave. Um menino de dois ano morreu após o quadro evoluir para morte cerebral.
O caso continua sendo investigado e os resultados dos primeiros exames feitos devem ser divulgados ainda na manhã desta sexta-feira (29).
A informação divulgada até a noite desta quinta-feira (28) era de que seis crianças da mesma creche haviam passado mal, mas esses dados foram atualizados conforme contatos de pais de alunos com a Vigilância Epidemiológica de Vila Velha, informando sobre mais casos.
O que chama a atenção da prefeitura nas novas informações é a contaminação de dois professores e outros dois funcionários da creche, com diarreia leve, e também a evolução ruim do quadro de saúde de uma menina de três anos, que a princípio estava se recuperando em casa.
“Esse quadro nos deu uma preocupação muito grande porque a criança estava evoluindo bem e de uma hora para outra evoluiu muito mal. Ela está hoje em uma UTIN de um hospital da Serra, fazendo hemodiálise porque os rins deixaram de funcionar de maneira correta. É um estado grave. Apareceram outros dois casos que as crianças foram internadas, um por precaução e uma outra com sintomas respiratórios importantes após também um quadro de diarreia”, explicou o secretário de Saúde de Vila Velha, Jarbas Ribeiro.
Investigação
As novas informações apontam para o início da transmissão na creche, segundo o secretário.
“Estamos com quase certeza absoluta de que a transmissão aconteceu na creche, faltam apenas alguns exames. Não tivemos até agora qualquer reclamação de outros frequentadores do quiosque ou de outros moradores de Vila Velha”, explicou.
Vários materiais estão sendo analisados:
- Água da creche;
- Água de um chafariz que fica na creche e que sabe-se que as crianças brincavam com essa água;
- Areia do parquinho da creche;
- Água e a comida do quiosque, onde dois meninos comeram no mesmo dia em que passaram mal;
- Areia da praia próxima ao quiosque;
- Facão usado para cortar coco no quiosque;
- Coleta de sangue e urina dos pacientes.
A Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Vila Velha, Giovana Ramalho afirmou que o que as crianças tiveram foi uma infecção, mas ainda é preciso descobrir qual micro-organismo causou o problema.
“É algum micro-organismo que provavelmente libera uma toxina muito importante e violenta que faz com que essas crianças evoluam dessa forma. Agora, se é uma bactéria, um fungo, um vírus, é o que gente aguarda”, disse a Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Vila Velha, Giovana Ramalho.
Morte
Na quarta-feira (27), um menino de dois anos que estava internado na UTI de um hospital particular de Vila Velha morreu.
Theo Cypriano estava em estado gravíssimo, que se iniciou com o quadro de diarreia grave, levando a falência dos rins e morte cerebral.
Segundo uma pessoa da família, a criança já estava internada há nove dias, desde 18 de março. Ele foi enterrado nesta quinta-feira (28), no cemitério Parque da Paz, em Vila Velha.
O caso
Crianças de uma mesma creche particular de Vila Velha, com idades entre dois e cinco anos, passaram mal e tiveram diarreia. Os primeiros sintomas começaram no dia 12 de março e, desde que o caso começou a ser divulgado na imprensa, mais famílias de alunos têm entrado em contato a Vigilância Epidemiológica para passar informações.
Até o momento, sabe-se que 10 crianças apresentaram algum sintoma e também quatro funcionários da creche, sendo dois professores.
A escola está fechada a pedido da prefeitura desde terça-feira (26), para que não ocorram mais contaminações entre os alunos.
Um quiosque também é investigado, pois é o local onde duas crianças – sendo uma delas o menino Theo, que acabou falecendo – comeram batata frita e beberam água de coco antes de começarem a apresentar os sintomas.
Apesar da investigação, o local continua aberto porque, a princípio, a vigilância não encontrou qualquer indício de contaminação e também não houve qualquer outra reclamação.
Quem tiver qualquer informação que possa ajudar no caso, pode entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica de Vila Velha: 3388-4185 e 3388-4186.
Fonte: G1