Depoimentos indicam uso de dinheiro ilícito nas eleições municipais de Vargem Alta
Em depoimentos feitos nos dias 23 de maio e 28 de maio do ano passado, duas testemunhas não identificadas prestaram declarações ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES), contando fatos que aconteceram na gestão municipal, Prefeitura, que devem estar sendo apurados atualmente pelo MP, em outro braço da Operação Quimera. Entre os fatos […]
Em depoimentos feitos nos dias 23 de maio e 28 de
maio do ano passado, duas testemunhas não identificadas prestaram declarações
ao Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MP-ES), contando fatos que
aconteceram na gestão municipal, Prefeitura, que devem estar sendo apurados atualmente
pelo MP, em outro braço da Operação Quimera.
Entre os fatos apurados estão o tráfego de
influência de alguns elementos, a provável existência de Caixa 2 na campanha
eleitoral para Prefeito e vereador, o suborno de partes envolvidas ou
indiretamente citadas, até órgãos de imprensa, e o recebimento de recursos por
parte de alguns candidatos a edis. O portal de notícias Hoje ES teve acesso com
exclusividade aos documentos com os testemunhos ao MP, que se encontram no
processo às folhas 07 a11.
O primeiro testemunho, dado em 23/05/2018, concentra-se
nos nomes de Alexander Pedruzzi Robles e Altair Franco de Moraes e seus
envolvimentos em licitações, nas quais se apropriaram do dinheiro público
cobrando propinas para pagamento de notas de empenho. O curioso é que o próprio
testemunho relata que não se sabe onde foi parar os R$ 190 mil pagos em duas
vezes por uma prestadora de serviço a Altair. O declarante também diz que há
outras empresas envolvidas neste esquema, que pode ser um indício de
movimentação ilegal de recursos na gestão municipal de Vargem Alta ou nas
eleições.
Já o segundo testemunho é mais amplo. Foi
feito em 28 de maio do ano passado e
abrange a certeza de que os postos fiscais nas rodovias que cortam o município
permaneceriam fechados, promessa de campanha feita pelo vice-prefeito Almiro
Ofranti Filho (Mirim). A emissão da nota fiscal seria feita de uma única só
vez, por uma empresa localizada em Richimond, comunidade da sede de Vargem
Alta, com a denominação de notas frias, fazendo com que o município não
arrecadasse nenhum níquel nas vendas de pedras e rochas ornamentais. Neste
ponto, a testemunha define como é a
Prefeitura de Vargem Alta: “marginais tomaram conta da Prefeitura; uma
verdadeira milícia”.
A história atinge a campanha eleitoral quando a
testemunha define Alex Robles como o articulador das verbas obtidas de forma
ilícita, com o auxílio do vice-prefeito
Mirim, pelas “costas do prefeito João Altoé”.
No caso, o dinheiro arrecadado por esta promessa,
R$ 300 mil, foi entregue a Alex Robles, incubido de o distribuir no dia
anterior das eleições, que, inclusive, o próprio depoente participou da
distribuição. “O dinheiro chegou no comitê da campanha por volta das 19 horas.
Alex chamava cada um dos candidatos a vereador e de acordo com a quantidade de
votos que cada um ia ter, passava determinado valor”. Ou seja, quanto mais
chances de votos, maior montante o candidato recebia.
As quantias dadas por Alex foram entregues aos
candidatos das 19 às 7 horas da manhã do dia das eleições para fazer boca de
urna. “Altair arrecadou esse dinheiro
com empresários, muito deles produtores de pedras (sic), mas ele é tão egoísta
que não gastou do seu próprio dinheiro e Alex se apropriou de parte do dinheiro
arrecadado na época da campanha eleitoral”.
Esta parte dos depoimentos sugere a prática de caixa dois, sonegação fiscal e tráfego de influência, especialmente feito pelos dois já presos temporariamente pelo Gaeco e pelo MP.
Um homem foi assassinado dentro do Terminal de Campo Grande, em Cariacica, na manhã desta terça-feira (9).
De acordo com a Companhia Estadual de Transportes Coletivos de Passageiros do Espírito Santo (Ceturb-ES), testemunhas relataram que o atirador foi direto até a vítima, identificada como Devid Aguiar dos Santos, e executou três disparos de arma de fogo. Um deles acertou a cabeça de Devid.
Após os tiros, os vigilantes do terminal rodoviário acionaram a Polícia Militar (PM). O atirador não foi localizado e Devid morreu no local.
Peritos da Polícia Civil que estiveram no terminal e constataram que o homem assassinado estava com um uniforme de interno do sistema penitenciário do estado.
Vítima tinha roupas de interno do Sistema Prisional – Foto: Aurélio de Freitas/TV Gazeta
As imagens das câmeras de videomonitoramento estão sendo separadas para ajudar a investigação da Polícia Civil.
Os ônibus do sistema Transcol seguem circulando normalmente no Terminal de Campo Grande.