A Polícia Civil anunciou a instauração de um inquérito para apurar a morte do menino Theo Cypriano, de 2 anos, que teve uma infecção intestinal após o surto de diarreia em uma creche particular da Praia da Costa, em Vila Velha, no Espírito Santo.
A perícia encontrou em uma cervejaria artesanal que fica nos fundos da creche a bactéria Escherichia coli, que pode ter sido a causadora do surto de diarreia. O laudo também apontou que o chafariz da creche estava contaminado com coliformes totais. A creche e a cervejaria artesanal foram interditadas até que as investigações sejam concluídas.
A intenção da polícia agora é saber se houve negligência por parte dos proprietários da creche. O menino morreu no dia 27 de março. Ele estava internado na UTI de um hospital particular de Vila Velha.
Theo estava em estado gravíssimo, que se iniciou com o quadro de diarreia grave, levando a falência dos rins e morte cerebral.
O delegado-geral da Polícia Civil, Darcy Arruda, informou que enviou um comunicado para que a Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa investigue o caso.
O peritos da polícia que irão fazer a perícia na creche estiveram no local por volta de 12h. A polícia não tem prazo para ouvir todas as vítimas.
Segundo uma pessoa da família, a criança já estava internada há nove dias, desde 18 de março. O Centro Educacional continua interditado pela secretaria municipal de Saúde e segue sem previsão de voltar a funcionar.
Até o momento, foram 17 casos notificados. Segundo a prefeitura de Vila Velha, 10 pessoas que tiveram sintomas continuam hospitalizadas, sendo cinco adultos e cinco crianças.
Uma criança continua na UTI em estado grave. Outras 6 crianças apresentaram melhora e estão em casa. Uma criança morreu.
A mesma bactéria foi encontrada em uma pequena fábrica de cerveja que funcionava sem autorização nos fundos da creche. A prefeitura alega que não sabia da existência desse espaço e determinou que a estrutura fosse desmontada.
O laudo do Laboratório Central apontou uma grande quantidade de coliformes totais na água do chafariz onde as crianças brincavam, mas não apontou a presença da bactéria que contaminou as crianças. Segundo a prefeitura de Vila Velha, a água era reutilizada sem tratamento.
Bactéria
Resultados de exames feitos em duas crianças mostraram a presença da forma mais grave da bactéria Escherichia Coli. A mesma bactéria foi encontrada em uma pequena fábrica de cerveja que funcionava nos fundos da creche.
A fabricação era para consumo próprio dos donos da creche e não tinha alvará de funcionamento. A prefeitura alega que não sabia da existência desse espaço.“É uma bactéria muito agressiva que já causou mortes inclusive fora do país. Nós tivemos infelizmente uma vítima aqui. É uma bactéria que produz toxinas. Esse é um surto grave e nós temos que tomar todos os cuidados porque é um problema que não acabou”, aleta o secretário municipal de saúde, Jarbas Ribeiro.
A creche particular segue interditada pela Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha. O laudo do Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen) apontou uma grande quantidade de coliformes totais na água do chafariz, onde as crianças brincavam, mas não apontou a presença da bactéria que as contaminou.
Segundo a Prefeitura de Vila Velha, a água era bombeada de uma cisterna até o brinquedo. Em seguida, a água era drenada, voltava para a cisterna.
O secretário municipal de Saúde, Jarbas Ribeiro, também não descartou a hipótese do aparecimento de mais casos com a bactéria. “É preciso tomar muito cuidado com a higiene das crianças dentro de casa para evitar a transmissão domiciliar”, explicou.
De acordo com a Secretaria, uma das crianças que estava internada e recebeu alta precisou voltar para a internação após complicações.
Caso
Os primeiros casos apareceram no dia 12 de março e, desde que o caso começou a ser divulgado na imprensa, mais famílias de alunos têm entrado em contato a Vigilância Epidemiológica para passar informações.
Até o momento, sabe-se que 12 crianças apresentaram algum sintoma e também cinco funcionários da creche, sendo três professores.
A escola está fechada a pedido da prefeitura desde terça-feira (26), para que não ocorram mais contaminações entre os alunos.
Um quiosque também foi investigado, pois é o local onde duas crianças comeram batata frita e beberam água de coco antes de começarem a apresentar os sintomas.
Apesar da investigação, o local continua aberto porque, a princípio, a vigilância não encontrou qualquer indício de contaminação e também não houve qualquer outra reclamação.