O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, fez um pronunciamento no início da tarde desta terça-feira (26/05) sobre a operação da Polícia Federal em endereços ligados a ele e à primeira dama do estado, Helena Carvalho.
Veja a íntegra:
“Quero manifestar minha absoluta indignação com o ato de violência que, hoje, o estado democrático de direito sofreu. Uma busca e apreensão, e eu tenho todo o respeito ao ministro Benedito (Gonçalves), mas a narrativa que foi construída e levada ao ministro é absolutamente fantasiosa. Não vão conseguir colocar em mim o rótulo da corrupção.
Todas as irregularidades foram investigadas e estão sendo investigadas por determinação minha. A busca e apreensão, além de ser desnecessária – porque o ministro foi induzido ao erro, fantasiosa a construção que se fez – não resultou em absolutamente em nada. Não foram encontrados valores, não foram encontradas joias. Se encontrou, foi apenas a tristeza de um homem, de uma mulher, pela violência com que este ato de perseguição política está se iniciando no nosso país.
O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores considerados inimigos. Narrativas fantasiosas, investigações precipitadas. O mínimo de cuidado na investigação do processo penal levaria aos esclarecimentos necessários.
Ao contrário do que se vê na família do presidente Bolsonaro, a Polícia Federal engaveta inquéritos, vaza informações. Senador Flávio Bolsonaro, com todas as provas que nós temos contra ele e estão aí sendo apresentadas: dinheiro em espécie depositado na conta corrente, lavagem de dinheiro, bens injustificáveis. Senador Flávio Bolsonaro deveria estar preso. Esse, sim. A Polícia Federal deveria fazer o seu trabalho com a mesma celeridade que passou a fazer aqui no Estado do Rio de Janeiro, porque o presidente acredita que eu estou perseguindo a família dele. E ele só tem essa alternativa de me perseguir politicamente.
Acusações levianas estão sendo feitas em relação a mim, mas tudo isso será absolutamente demonstrado de forma clara e precisa nos processos que tramitam no STJ, nessas investigações que tramitam no STJ. Estou com a minha consciência tranquila. Quero dizer ao povo do Rio de Janeiro: estou com a minha consciência tranquila. Eu prometi ao povo que não os decepcionarei e não vou decepcioná-lo, mesmo lutando contra forças muito superiores a mim.
Continuarei trabalhando de cabeça erguida, manterei minha rotina de trabalho para continuar salvando vidas e corrigindo erros que todos nós estamos passíveis de sofrer diante deste momento tão difícil que o Brasil atravessa, governado por um líder que, além de ignorar o perigo pelo qual estamos passando, inicia perseguições políticas àqueles que ele considera inimigos. Não abaixarei a minha cabeça, não desistirei do Estado do Rio de Janeiro e continuarei trabalhando para uma democracia melhor.
Continuarei lutando contra esse fascismo que está se instalando no nosso país, contra essa nova ditadura de perseguição. Até o último dos meus dias, não permitirei que, infelizmente, esse presidente, que eu ajudei a eleger, se torne mais um ditador na América Latina. Vamos lutar contra isso. Vou apresentar tudo o que for necessário para esclarecer, para acabar com esse circo que está sendo feito em relação ao Estado do Rio de Janeiro. A democracia vai vencer. Nós vamos lutar e eu tenho certeza de que a justiça vai ser feita em momento oportuno. Agradeço a todos vocês. Muito obrigado e boa tarde.”
O vídeo do pronunciamento:
Informações: Núcleo de Imprensa Governo do RJ